sábado, 23 de fevereiro de 2013

Você e o tempo...


Para todos os amigos que nas melhores recordações também desejam um novo tempo, com manhãs repletas de amor e paz!!!

Você e o tempo...


O tempo é agora

Ou tempo de outrora
Do tempo de ver, de ser e viver...

Achando, contando

Sentindo, sorrindo
É tempo pensando...
Lembrando o menino...

Deixando as arestas

Marcando centelhas
Você que transborda
Que sente, que vê...

Do tempo corrente

Da gente vivente
Dos sonhos contados
De amar e crescer...

Esquinas são lidas

Marcadas em versos
Poemas de vidas
Que não voltam mais?

É o tempo do ventre

Da mãe e do filho
Da flor e a semente
Contar é viver...

Do mundo que chora

O tempo que implora
A paz que se tece
No tempo de crer...

Você faz o tempo

O tempo amanhece
Você é o amor
O tempo é você!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Andrés Segóvia: 120 Anos de Nascimento e a Importância de Sua Trajetória para o Violão!!!


Andrés Segóvia: 120 Anos de Nascimento e a Importância de Sua Trajetória para o Violão!!!

Hoje, comemoramos 120 anos de nascimento do lendário violonista Andrés Segóvia! Nascido em Linares, Espanha, em 21 de Fevereiro de 1893, grande expoente do violão erudito, foi fundamental no ressurgimento e no estabelecimento do violão clássico no século XX, e por ter sintetizado todo um pensamento sobre o instrumento, construindo uma importante escola violonística nesta época.

No final do século XIX, com a evolução na construção de instrumentos, e uma predileção maior das pessoas pelo piano, o violão nesta época caiu em desuso, ficando por um bom tempo apenas nos círculos de apreciadores. Segóvia possui relevância fundamental em apresentar e estabelecer o violão do século XX nas salas de concertos. Foi um grande concertista, defendendo o violão como um “instrumento erudito”, através de um repertório transcrito e desenvolvido para o mesmo, porém, com muita relutância dos especialistas em música erudita de sua época.

Devido a sua grande trajetória de trabalho com o violão e, por sua diferenciada e apurada técnica desenvolvida para o instrumento, compositores como Castelnuovo-Tedesco, Villa-Lobos e Pedrell compuseram obras importantes para Segóvia, com destaque para os 12 estudos de violão, escritos pelo maestro Villa-Lobos em homenagem ao mestre do violão.

Assim como no século XIX, o nome do Violonista Francisco Tárrega esteve associado ao Luthier Antonio de Torres na evolução do violão como instrumento de concerto, a partir do século XX, a melhoria do mesmo, também se deve à parceria de Segóvia com o Luthier Hermann Hauser, melhorando assim as técnicas de construção, de sonoridade de timbres e a amplitude sonora do instrumento.

A importância de Segóvia também é marcada por importantes transcrições que o mestre realizou para o violão de obras de Bach, como a inesquecível e tão tocada Chaconne BWV 1004, original para violino solo, por transcrições de peças originais de outros instrumentos eruditos, reescrevendo também obras transcritas pelo Violonista Francisco Tárrega, como exemplo.

Violonistas e artistas consagrados, como o violonista australiano John Williams, o guitarrista britânico Stephen Hackett, da lendária banda de rock progressivo Genesis, e a violonista clássica iraniana Lily Afshar, entre outros, foram alguns dos alunos de Segóvia, participando das suas lendárias master-classes.

Se hoje, o violão como um dos instrumentos mais popularizados, ultrapassa fronteiras com tantos estilos diferenciados, técnicas e instrumentistas fantásticos, podendo o mesmo dialogar com o popular, o erudito ou outra linguagem, de alguma forma isso também se deve à este grande mestre, que deixou um legado importante para que outras escolas surgissem, fazendo assim com que a arte violonística se perpetuasse até os nossos dias!!! 

Costumo dizer que assim como para  Friedrich Nietzsche, “sem música, a vida seria um erro”,  da mesma forma, “sem Segóvia, o violão não seria o mesmo”!!! Andrés Segóvia morreu em 3 de junho de 1987,  em Madrid, Espanha. Ganhou, em 1958, o Grammy de melhor trabalho erudito instrumental, pela gravação Segovia Golden Jubilee.    

Escrito por Marcello Tibiriçá.







domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Música dos Jardins...


Para todos os amigos que também acreditam na música como a arte da transmutação para a paz e para o amor !!! Como sempre diz um amigo, Music is Love!!! 

A Música dos Jardins...

A Música dos Jardins tem o som das flores
O ritmo do amor
O amor em compassos...

Tem o tom da esperança
Tem escalas de lírios 
Para as damas da noite
Tem o sol das manhãs...

Tem fermatas de hortências 
Sustenido e hortelã 
A harmonia das rosas
Contraponto dos cravos...

Tem perfume de notas
Das notas de orvalho
Para um tempo tem dálias
Para outro alecrim...

Tem canção de gerânio
Com poemas de íris
Melodia em camélias
Azaléias do amor...

Tem os modos de acácia
A textura da anis
A dinâmica dos pólens
Borboletas em flor...

Tem acordes de anêmonas 
Ornamentos de lótus
Andamento dos néctares
Semitom de jasmim...

Tem legato em lavanda
E floreios de zínias
Também ponto de aumento
Miosótis com bis...

Tem saudade em tulipas
Violetas nas codas
Ritornellos de gérberas
Com cantos de passarim...

Os jardins têm canções
Com sementes de amor
Muitas flores nos compassos
É  a música do Criador!!!

Escrito por Marcello Tibiriçá.




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Violão: preparação para o estudo!!!


Violão: preparação para o estudo!!!

Olá amigos!!! É comum encontrarmos no estudo diário do violão práticas como a postura, a técnica, a leitura, o repertório, e todas essas etapas desempenhadas com um nível importante de concentração para a concretização do mesmo. Para um melhor rendimento das práticas já mencionadas, gostaria de abordar hoje outras práticas que antecedem o estudo do violão e que podem colaborar com o mesmo tornando-o mais prazeroso, melhorando assim a concentração do aluno iniciante, desde a preparação e o momento do estudo propriamente dito. Vamos lá?!!! Boa preparação e bons estudos!!!   

Local de estudo: O nosso “santuário”!!!


Na procura do local para o estudo, o aluno que se inicia no instrumento passa a experimentar vários espaços, e com o passar do tempo decide por aquele que mais o faz sentir-se a vontade, adaptando-se gradativamente a este de forma natural. 

Costumo dizer que o lugar do estudo é o nosso “santuário”!!! É nele que estabelecemos uma conexão direta com a música e com o violão desde o momento que o adentramos. É imprescindível que o mesmo tenha uma excelente iluminação, propiciando uma visualização clara das leituras e do estudo, contribuindo assim para um melhor rendimento e um desgaste menor da visão. É neste espaço que o aluno escolhe em obter o seu melhor aproveitamento, transformando o tempo que viverá nele em seu momento único, e somente seu!!! Quanto à personalização do espaço, se assim o desejar, um ambiente totalmente musical é sempre salutar e bem vindo!!!     

Alongamentos para aquecimento: O “advogado do ciático.”  


Estudar e tocar violão, além de ser uma prática prazerosa, lúdica e saudável, e assim deve ser, também exige um trabalho braçal, onde o esforço físico que empreendemos ao estarmos sentados por um determinado tempo numa certa postura, pode nos trazer tensões indesejáveis que precisam ser eliminadas desde o início, durante e depois do estudo!

Alongar mãos, dedos, braços, ombros, pescoço, coluna e articulações do nosso corpo, antes de nos sentarmos ao violão, é uma forma de prevenir tensões e preparar a mente e a respiração para o estudo. Porém, alongamentos como estes devem ser ministrados por um professor que tenha conhecimento sobre o assunto, ou, sob orientações de um profissional de fisioterapia ou pilates!!! Os alongamentos também são recomendados nos intervalos do estudo e no final do mesmo, melhorando assim o rendimento e a concentração e, principalmente como forma de prevenção contra o LER (Lesões por Esforços Repetitivos), proporcionando ao estudante uma mente e físico saudáveis.

Para os alunos que têm o esporte como um hábito saudável em suas vidas, estes possuem um poderoso aliado no combate às tensões e ao stress!!!

Duração do estudo!


O tempo de estudo de um aluno de violão em estágio avançado, ou de um concertista profissional é bastante longo, podendo o mesmo variar de 6 à 8 horas diárias com intervalos. Para o iniciante, ainda nos primeiros dias de estudo é aconselhável no máximo 30 minutos diários com intervalo, e não mais do que isso! Por não possuir ainda uma concentração desenvolvida para o estudo do instrumento, um tempo acima do aconselhado seria um desperdício de energia desnecessário e não saudável para o aluno. Com o passar do tempo e, com uma concentração mais focada e preparada, a duração do estudo poderá ser aumentada com a orientação do professor!!!

Para finalizar, aqui vai uma dica importante!!! Procure sempre um bom profissional e com a formação no instrumento da sua escolha!!! Com isso, você ganha tempo no aprendizado correto e maior conhecimento musical!!!

Então é isso! Espero que os amigos tenham gostado! Em outro momento abordarei sobre a concentração no estudo do violão. Até a próxima!!!      

Escrito por Marcello Tibiriçá.








quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Arte e Artista: entre linhas e entre "Artes"!!!



Não é novidade que a criação humana há muito tempo, em diversos setores do conhecimento se "perpetua" de forma rápida através dos meios de comunicação de massa, seja com a TV, o rádio, o jornal e, principalmente hoje pela internet! Como a palavra "criar" está direta ou indiretamente ligada à palavra "Arte", decidi escrever o texto Arte e Artista: entre linhas e entre "Artes", procurando explorar as várias possibilidades que o tema sugere, sem limitá-lo em definições. Espero, de forma despretensiosa, com as idéias levantadas aqui contribuir com os amigos que de alguma forma buscam na Arte um sentido. Se não o verdadeiro, pois, já escrito pelo escritor Jonathan Sfran Foer: “nada é bonito e verdadeiro” (em Extremamente alto & Incrivelmente perto), mas, ao menos, um sentido vivenciado pelas sensações e emoções que o criador ao comunicar passa ao espectador, transformando-o após o contato com a sua criação, possibilitando-o assim um olhar diferenciado das coisas e da vida em nosso dia-a-dia, e que nunca mais será o mesmo!!!  Então, vamos lá? Boa leitura!!!     

Arte e Artista: entre linhas e entre "Artes"!!!

É possível conceituar "Arte"? Se pensarmos em conceito como uma forma genérica de enunciação de entidades ou seres, a resposta é sim! Diferentemente da definição, que intrinsecamente restringe o entendimento do enunciado de entidades ou seres de forma delimitada, podemos sim, de maneira ampla explorar conceitos sobre "Arte", ampliando assim um leque de possibilidades e discussões em torno da mesma.

Convivemos com a "Arte" desde os primórdios da civilização, quando o homem ainda primitivo deixava seus desenhos e sinais nas paredes das cavernas, até hoje, onde desenhos que só podem ser vistos através de lentes e lupas especiais foram feitos em micro-chips por programadores, de maneira pensada, ponto por ponto, para que a lógica dos programas de computadores não fosse alterada na tentativa da construção dos desenhos!

O Artista, ao dominar as possibilidades expressivas das formas materiais da Arte, como a da pintura, da escultura, do desenho ou da dança, por exemplo, passa a comunicar uma gama de sentimentos, sensações e emoções, transformando assim o cenário anterior do espectador que jamais será o mesmo, após vivenciar a obra comunicada de forma artística, através da interpretação e da expressão. Similarmente, podemos compreender que o mesmo cenário se perpetua através das formas imateriais como a música, quando essa, comunica ao ouvinte todas as suas informações sonoras de uma composição, recriada através do dinamismo que o Artista - interprete emprega ao expressá-la dinamicamente.  

Ao desejar comunicar com “perfeição” seus sentimentos, sensações e expressões (aqui, perfeição entre aspas, pois, existiria perfeição no mundo real?), o Artista, enquanto detentor das técnicas de criação (“construção”) da “Arte”, e da expressão das formas materiais ou imateriais, revelaria suas “verdades interiores”, libertando assim o criador e criatura numa mesma simbiose de sentimentos aflorados e despertados no processo criativo? Levaria então o criador, o seu espectador ao encontro da luz, diante da “verdade oculta” dos mistérios não desvendados pelos caminhos da criação artística?  Seria o Artista o arquétipo do Filósofo, que ao sair “das sombras da Caverna para a Luz” (Platão em A República – Livro VII), mostraria ao mundo a procura por sua maior inspiração transmutada em forma de “Arte”? Revelaria assim ao espectador, o que foi contemplado no mundo luminoso das “idéias mais reais que a realidade”? Seria então a obra de “Arte” sua revelação verdadeira, ou, apenas libertada do seu “esforço criativo” e do seu mundo imaginário revelado pela inspiração?  


Da mesma forma que exploramos e debatemos genericamente conceitos sobre a Arte, a beleza, por ser essa muitas vezes associada a aquela através do olhar humano, não é passível de definição, pois, o entendimento sobre determinada criação se dá de maneiras infinitamente diferenciadas, através das múltiplas sensações, sentimentos e interpretações que cada espectador expressa particularmente, não se classificando assim como regra. Para o matemático Pitágoras, como exemplo, o belo estava associado aos números e à perfeita proporção destes. Já para o filósofo Kant, não podemos conceituar a beleza, sendo esta inexplicável, desvendando-a assim através do que estava ocultado pelo “número”. Então, seria realmente a beleza um mistério? Ou, ao compreender a obra artística revelada e expressada pelo seu autor, com todos as suas sensações e sentimentos, a beleza até então não desvelada ao espectador viria definitivamente a ser desvendada como forma apreciativa? Ou, ainda, simplesmente o olhar, o compreender e o desvendar estão à parte do que viria a ser a beleza? Mas, o que seria a beleza?          

Se ao desvelar o mistério da sua Arte, o Artista, que ao comunicar o segredo intrinsecamente ocultado desta, proporciona ao espectador possibilidades infindáveis de contemplação, de entendimento e de interpretações, então, um horizonte infinito de sentimentos e sensações poderão ser despertados no apreciador, no momento o qual esse escolhe receber todas as informações expressadas pelo criador.

A música, como já citado aqui no texto, enquanto uma forma imaterial da Arte, comunica todas as suas informações através do som. Enquanto outras formas materiais da Arte “significam”, através da visualização, o objeto da sua comunicação, a música é por si só esse objeto! É o dinamismo da emoção com o intuito de despertar, observado pelo compositor Richard Wagner

Então, em nossos dias, com a proliferação quase que instantânea de tantas formas de “Arte” e com a mesma proliferação de tantos “Artistas” promovidos pelas mídias de massa, onde o imediatismo pelo lucro se coloca de forma muitas vezes acima da Arte, de tudo e de todos, viveria então, além das fronteiras de grupos e espectadores especializados, por exemplo, o compositor Jules Messenet, com sua sublime Meditação de Thaís, ou, o extraordinário compositor Johann Sebastian Bach, com seus maravilhosos e inebriantes Prelúdios e Fugas para Cravo bem Temperado? Sem querer fazer trocadilhos, mas, poderíamos temperar os dias atuais com Arte? Viveriam então, Bach e Messenet como Os Miseráveis de Victor Hugo? Viveria Monet ou Picasso? Viveria Manuel Bandeira ou Machado de Assis? Viveria Mozart, Beethoven, Debussy ou Villa-Lobos? E a Arte, viverá? E o Artista?

"Só a Arte permite a realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem." (Johann Goethe).

Escrito por Marcello Tibiriçá.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O Violão herdeiro da estética musical clássica do século XVIII.



Olá amigos!!! Neste texto gostaria de abordar especificamente sobre o Violão, num período o qual ele foi muito prolífero, seja em seu discurso instrumental-musical, em suas linhagens de ensino ou com os compositores que contribuíram para a evolução do mesmo. O aluno, ao começar o estudo de Violão Clássico, passará a desenvolver sua técnica a partir de um repertório construído nesta época, possibilitando-o posteriormente caminhar por outras linguagens e momentos em sua evolução musical. Por isso, acredito ser útil situarmo-nos um pouco sobre o assunto. Isso ajudará o aluno iniciante entender qual o caminho a seguir para expressar-se com o violão, numa época onde o discurso estético musical do instrumento, teve como desenvolvimento um período historicamente rico, com seus personagens, suas obras e formas musicais. Então, vamos lá!!!

O Violão herdeiro da estética musical clássica do século XVIII.

(Classicismo, Violão, Iluminismo e Música).

Em literatura, de acordo com o nosso Aurélio, a palavra clássico marca a cultura dos antigos povos gregos e romanos e,  “que segue, em matéria de artes, letras, cultura, o padrão deles”. Também, pode-se dizer que um escritor exemplar por sua grande obra, tenha tornado-se um marco na literatura, ou, um clássico, tanto ele quanto ela!

Da mesma forma na música, um compositor, seja ele erudito ou popular, que se perpetua através do tempo pela magnitude da sua obra, passa a se designar um clássico, podendo ele pertencer a um determinado período da História da Música.

A Música Clássica do século XVIII, que se desenvolveu aproximadamente entre 1750 e 1810 (para alguns historiadores até 1830), teve como seus maiores representantes os compositores da chamada “Primeira Escola de Viena”: Haydn, Mozart e Beethoven, este último na sua primeira fase. Eles produziram um grande repertório, seja em quantidade quanto na qualidade, deixando Músicas para Grande Orquestra, pequenas formações instrumentais (Música de Câmara), ou instrumento solista. É o momento o qual se estabelecem a Ópera, a Sonata, a Sinfonia e o Concerto como as principais formas musicais do período.

O período clássico do século XVIII produziu tanto no âmbito estético musical, quanto nas artes em geral, um importante acervo cultural, tendo como ponto de partida o Iluminismo de filósofos como Locke, Hume, Montesquieu, Voltaire e Rosseau. Neste período ocorreu uma mudança de pensamento voltado para o real e o racional, em lugar do que até então era tido como sobrenatural. É a época da Psicologia, da Sociologia, da Educação e da Ciência empírica. Com a ascensão da burguesia, a população passou a participar de maneira mais ativa e presente nas Artes e na vida econômica da Europa. Num processo de humanização, o homem através das “Luzes” (Iluminismo), segue em busca de um “sentimento mais natural”, e um “conhecimento mais verdadeiro”. Desta forma, a educação, a filosofia, as artes, a ciência e o homem passaram a ser fontes de investigação empírica.

Ao pensarmos em Música Clássica do Século XVIII, é comum associarmos a esta adjetivos como estilo galante ou palaciano, música amável, de estilo cortês, ou ainda, música para divertimento ou entretenimento, música mais leve, mais clara e menos complicada do que a rebuscada Música Barroca. Ainda, se fizermos uma comparação com a Arquitetura Clássica dos Gregos e dos Romanos, podemos dizer que existe graça e beleza nas linhas melódicas, e proporção e equilíbrio nas suas formas e em sua linguagem.

Fernando Sor
Para o Violão, o século XVIII é visto como “a época de ouro”, devido a grande produção musical para o instrumento, seja através das diferentes escolas e estilos de professores, ou ainda, na formação de um vasto repertório, propiciando assim o surgimento de concertistas. Nessa época, o violão ainda não possuía as dimensões que conhecemos hoje, que foi desenvolvido a partir das técnicas de construção do Luthier e autor Antonio de Torres (século XIX). Comparado à época de Torres aos nossos dias, o violão no século XVIII era muito modesto em sua construção, pequeno em suas dimensões, com um som mais acanhado e muito “metálico”. O mesmo era tocado em palácios, nas cortes, em catedrais e em lugares onde o artista pudesse expressar sua sensibilidade.

Dentre as escolas violonísticas que contribuíram para a didática do instrumento naquele momento, deixando assim uma pedagogia importante para os séculos seguintes, se destacam os Espanhóis e os Italianos. Os Compositores Espanhóis mais importantes desse período são Fernando Sor e Dionisio Aguado. Entre os Italianos se destacam Ferdinando Carulli, Matteu Carcassi e Mauro Giuliani.

A linguagem musical do violão nesse momento foi diretamente influenciada pelo discurso musical dos grandes compositores dessa época, porém, com um discurso orquestral adequado ao instrumento. Fernando Sor buscou inspiração na Primeira Escola de Viena, muitas vezes aflorando um estilo Mozartiano na composição de suas obras. Mauro Giuliani, ao regressar para a Itália após um período longo de viagem, montou um trio camerístico com Rossini e Paganinni, absorvendo assim muito do estilo musical destes dois grandes compositores Italianos.

Para o estudante de violão, foi deixado um material de estudo considerável como métodos, estudos, peças musicais, sonatas para violão, temas com variações, concertos, formações com outros instrumentos em duos, trios, quartetos e um grande número de obras didáticas. 

Boa parte deste repertório se torna indispensável, seja para o violonista amador, seja ele um futuro profissional, possibilitando assim seu desenvolvimento musical e técnico no instrumento. Contudo, vale ressaltar que uma boa alfabetização musical para quem escolhe o violão como instrumento, necessariamente contará com esse material, somando-se assim ao seu conhecimento esta parte da História da Música Ocidental.

Então é isso! Espero ter contribuído um pouco para os alunos iniciantes e os apreciadores do violão, mostrando esse momento tão rico do desenvolvimento histórico e musical desse instrumento. Um abraço e até a próxima!

Escrito por Marcello Tibiriçá.

São Paulo 459...


No dia 25 de Janeiro deste ano comemoramos mais um aniversário da cidade de São Paulo! Para expressar o meu amor pela cidade, redigi um texto para homenagear os seus 459 anos!!! No momento em que compartilhei o mesmo com outras mídias, este blog ainda não existia. Gostaria de editá-lo aqui na íntegra e compartilhar com meus amigos leitores!!! Espero que gostem!!! Então, vamos lá!!!


São Paulo 459...

São Paulo que abriga culturas sem fronteiras,
São Paulo para todos os povos e nações,  
São Paulo das baladas, da viola enluarada,
São Paulo das multidões, dos encontros e desencontros,
Das noites iluminadas, nubladas ou estreladas,   
Das buzinas incessantes, corredores desconcertantes,
Do ator e do artista, do amor ou da malícia,
Do sagrado e do profano, dos arcanjos e letristas,
Do poeta e do cantor, dos músicos que compõem,
São Paulo da varanda, das praças e crianças,
Dos jovens e moleques, do idoso e experiência,
São Paulo da Paulista, da Luz e da Ametista,
São Paulo sem fronteiras, de sóbrios e bebedeiras,
São Paulo do trabalho, futebol e brincadeiras,
São Paulo do leitor, da cultura e poesia,
São Paulo do calor, muita chuva ou do vapor,
São Paulo do passeio, da calçada e do arvoredo,
Que é periferia, que é do bairro ou que é do centro,
Do mestiço, mameluco, africanos, oficinas,
Vidraças, porcelanas, do barroco, do europeu,
São Paulo que é do Samba, da canção e do Judeu,
São Paulo que é raiz, que é cidade ou do campo,
São Paulo que é rural, cancioneiro ruralista,
São Paulo que é poema, Trovador e do Artista,
São Paulo que é do índio, que é som, que é amor,
São Paulo carioca, do baiano e do nortista,
São Paulo do alemão, do japonês e espanhol,
Do chinês, do italiano, indiano e português,
São Paulo que é urbano, que é pedra, que é frentista,
São Paulo que destrói, que constrói, que fabrica,
São Paulo do operário, mundial, cosmopolita,
São Paulo trabalhador, que é de Deus o seu autor,
São Paulo que é São Paulo, que amanhece, que irradia,
São Paulo é a minha São Paulo, a sua São Paulo, a nossa São Paulo,
São Paulo 400, São Paulo 50 , São Paulo 9,
São Paulo 459, Parabéns pra você, São Paulo!!!!!!!!   

                                                                                         25-01-2013. 
Escrito por Marcello Tibiriçá.

Olá amigo, Bem-Vindo!!!



SOBRE O AUTOR: Marcello Tibiriçá é natural da cidade de São Paulo, é músico, violonista, pedagogo, professor de violão clássico e popular do Conservatório Musical do Butantã, professor de violão na sede da Ale Hänel Oficina de Atores, situada em São Paulo e autor do Blog Poética Musical, Violão e Arte. Formado em 2010 em violão erudito pela Escola Municipal de Música de São Paulo, sob a orientação dos violonistas e professores Paulo Porto Alegre e Henrique Pinto e, em 2004, pela Universidade Livre de Música Tom Jobim, com o seu ingresso em ambas as instituições realizado através de concurso. Concluiu as matérias de Harmonia, Contraponto, Análise Musical, História da Música, Música de Câmara, Piano Complementar, Teoria e Fundamentos do Jazz. Seu interesse pelo violão aconteceu desde muito cedo, e já a partir dos nove anos inicia seus estudos com o instrumento. Em 1983 e 1984 participa do Festival de Música Sacra do Colégio Liceu Coração de Jesus em São Paulo, sendo finalista nas duas edições. Entre 1985 e 1990 se dedica aos estudos de guitarra, voltando em 1991 a 1994 a estudar violão clássico em conservatório. De 1999 a 2001 atuou como tenor no CoraluspCoral da Universidade de São Paulo. Ainda na área musical, foi convidado a apresentar-se no Projeto Todos os Tons, realizado na Universidade Livre de Música Tom Jobim, com a Camerata de Violões ULM – Tom Jobim,  realizando uma apresentação na Sala São Paulo com a mesma. Como músico, trabalhou profissionalmente com o Trio Artbanda e com o Grupo Musical Estilo Livre, atuando em várias formações musicais. Como professor de música, trabalhou em escolas e conservatórios nas regiões de São Paulo e Osasco. É graduado em Pedagogia pelo Centro Universitário Uniseb. Atualmente, além de se dedicar intensamente à área da educação musical, também tem participado dos Encontros de Violonistas da Escola Municipal de Música de São Paulo e realiza um trabalho musical com o seu Duo de Violões Matizes, divulgando um repertório erudito e popular de todas as épocas. Em outros momentos escreve para os amigos leitores através deste blog!!!.     


SOBRE OS CURSOS (aulas particulares):

Violão Popular direcionado para o canto – O curso abordará todos os conceitos do violão popular, como postura, ritmos, harmonia, repertório, com noções sobre tópicos importantes que abordam o canto, como a respiração, afinação, tonalidade e acompanhamento ao instrumento. (O aluno escolhe o seu repertório).



Violão Clássico – O Curso de Violão Clássico possibilitará ao aluno fazer uma viagem musical através das diferentes épocas da História do instrumento, como o Renascimento, o Barroco, o Classicismo, o Romantismo e os Séculos XX e XXI – serão abordados os seguintes tópicos: postura, técnica, leitura em partitura, repertório de épocas históricas do violão, a partir de compositores importantes que contribuíram para a evolução técnica e musical do instrumento, dinâmica, expressão sobre o estilo musical de determinada época, e tudo o que envolve o violão e sua trajetória histórica. 


Mais informações no Whatsapp: (11) 98493-8899


OBJETIVO DO BLOG: Atuando na área de educação musical há mais de vinte anos e trabalhando paralelamente como músico durante esse tempo, senti a necessidade de compartilhar um pouco da minha experiência e aprendizados adquiridos durante essa trajetória. O objetivo do Blog Poética Musical, Violão e Arte, é através de uma conversa com os amigos leitores levar conhecimento, arte, história e contribuições do violão como instrumento que evoluiu através dos séculos e que hoje se perpetua como um dos instrumentos mais queridos e um dos mais escolhidos pelas pessoas. Ao mesmo tempo, também pretendo acrescentar dicas de rendimento para o estudo do mesmo, para aqueles que se iniciam no instrumento. Enfim, será um bate papo de forma descontraída, onde, em alguns momentos, a poesia poderá também fazer parte das nossas conversas como arte literária do nosso mundo imaginário.


PARA QUAL PÚBLICO? O Blog Poética Musical, Violão e Arte é direcionado para os meus alunos e para todos aqueles que de forma geral buscam conhecimento com Arte, com assuntos referentes à música, história, violão, poesia e afins.     

Escrito por Marcello Tibiriçá.