quinta-feira, 12 de março de 2015

Violão e Arte: Abertura do Movimento Violão Sinfônico 2015!!!

Violão e Arte: Abertura do Movimento Violão Sinfônico 2015!!!

Olá amigos!

Na quarta-feira, dia 11 de março, presenciei a abertura do Movimento Violão Sinfônico 2015, ocorrido no Sesc Vila Mariana, onde a Violonista e Professora da Unesp Gisela Nogueira foi a solista convidada, interpretando o Concerto para violão e pequena orquestra, que o Compositor, instrumentista e Professor Achille Guido Picchi escreveu em sua homenagem. 

Acompanhada pela Orquestra Metropolitana, regida pelo Maestro Rodrigo Vitta, a noite a qual a solista foi homenageada com o Concerto escrito pelo seu professor, também rendeu homenagens aos compositores com suas obras inéditas para orquestra e violão.

Gisela Nogueira é Mestre pelo Royal Northern College of Music, e vem desenvolvendo já algum tempo uma pesquisa na área de Cordas Dedilhadas e Performance. A violonista também é especializada na técnica do instrumento Viola de Arame, tendo participado da documentação fonográfica da música brasileira dos séculos XVIII e XIX.

Na primeira parte do Concerto, a musicista interpretou um repertório do período Barroco, escrito para cordas dedilhadas, sendo as duas primeiras peças dos compositores Johannes Hieronymus Kapsberger e Antonio de Santa Cruz respectivamente. Aqui, com sua viola de arame, Gisela nos presenteou com uma interpretação rica em sutilezas, ornamentações e rasgueados característicos da época para o instrumento. Uma linda sonoridade, com um brilho e coloridos foram propagados pela concertista e sua viola de arame, resgatando uma época histórica, onde a música marcava o seu encontro com plateias exigentes e especializadas. 

Ao lado da também convidada, harpista e musicista Silvia Ricardino, o concerto de Gisela Nogueira, agora com a grata surpresa de uma formação em duo de viola de arame e harpa celta, segue com a riqueza de repertório dos compositores Santiago de Murcia, Gaspar Sanz e Silvius Leopold Weiss.

“Era muito comum no período Barroco a formação musical de Harpas com outros instrumentos de cordas dedilhadas” - nos contou a solista – e, desta forma, presenciamos a atmosfera musical desta época, com todo o brilhantismo e musicalidade expressados pelas musicistas!

A segunda parte do Concerto se inicia com a Orquestra Metropolitana interpretando Paisagens Brasileiras nº5 – Rio São Francisco – do Maestro, Compositor e Pianista Rodrigo Vitta, escrito especialmente para a Abertura do Movimento Violão Sinfônico 2015. A composição é inspirada no motivo temático do Concerto Aranjuez, do compositor espanhol Joachim Rodrigo. Uma belíssima obra, com uma orquestração lindíssima, onde o romantismo, aliado aos coloridos sonoros e às variadas tessituras fazem uma alusão à natureza brasileira. 

Fechando o primeiro concerto da temporada do Movimento Violão Sinfônico 2015, que tem como diretor artístico o violonista e mentor do projeto Paulo Martelli, a Solista Gisela Nogueira retorna ao palco para interpretar o Concertino para violão e pequena orquestra, do compositor, instrumentista e professor Achille Guido Picchi. Possuindo apenas um movimento, o Concerto visa ressaltar o virtuosismo do instrumento, através de uma linha melódica diferenciada. 

Desta forma, dentro de uma estética universal, o Concertino para violão e pequena orquestra não se aproxima de nada que faça referência à música popular ou folclórica, não despertando, assim, quaisquer imagens encontradas no mundo visual. 

Foi uma bela noite de estreias, homenagens, novidades e muito boa música!


Mais sobre Gisela Nogueira:


Mais sobre o movimento violão e próximos concertos:



Escrito por Marcello Tibiriçá.

domingo, 1 de março de 2015

Vestes da madrugada...

Vestes da madrugada...

Porque o espirito que sopra é uma noite que acalanta sobre o quebrantar de todas as vestes...

Onde somente despidos de todas as sensações nos enternecemos da vida...

Quando se é puro avivamento!

Ao romper do dia, ao cantar do ventre
Ao brotar da terra, semear constante...

Porque é lida afora, porque o amor há dentro
Porque a busca é santa e a palavra insiste

Ao dizer calado, ao ouvir sentindo
Porque a fé exala em oração...  pedido...

E se ao tocar marcado, o pulsar resiste
E se ao contar colado, o soprar se abriu...
É que a dança é lenta, e o andar? Retido.
Onde a fala é branda, só olhar contido...

Mas se a alma é santa e o coração recanta
E se o tempo é gente e, se ao voltar...  partiu...

Quero o quebranto das vestes e incertezas despidas
Sou o sopro do ventre, acalanto ao sonhar...
Quero o coração gente, enternecido da vida!
Sou o brotar da semente, avivamento, amar... 

Escrito por Marcello Tibiriçá.