quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Andrés Segóvia: 120 Anos de Nascimento e a Importância de Sua Trajetória para o Violão!!!


Andrés Segóvia: 120 Anos de Nascimento e a Importância de Sua Trajetória para o Violão!!!

Hoje, comemoramos 120 anos de nascimento do lendário violonista Andrés Segóvia! Nascido em Linares, Espanha, em 21 de Fevereiro de 1893, grande expoente do violão erudito, foi fundamental no ressurgimento e no estabelecimento do violão clássico no século XX, e por ter sintetizado todo um pensamento sobre o instrumento, construindo uma importante escola violonística nesta época.

No final do século XIX, com a evolução na construção de instrumentos, e uma predileção maior das pessoas pelo piano, o violão nesta época caiu em desuso, ficando por um bom tempo apenas nos círculos de apreciadores. Segóvia possui relevância fundamental em apresentar e estabelecer o violão do século XX nas salas de concertos. Foi um grande concertista, defendendo o violão como um “instrumento erudito”, através de um repertório transcrito e desenvolvido para o mesmo, porém, com muita relutância dos especialistas em música erudita de sua época.

Devido a sua grande trajetória de trabalho com o violão e, por sua diferenciada e apurada técnica desenvolvida para o instrumento, compositores como Castelnuovo-Tedesco, Villa-Lobos e Pedrell compuseram obras importantes para Segóvia, com destaque para os 12 estudos de violão, escritos pelo maestro Villa-Lobos em homenagem ao mestre do violão.

Assim como no século XIX, o nome do Violonista Francisco Tárrega esteve associado ao Luthier Antonio de Torres na evolução do violão como instrumento de concerto, a partir do século XX, a melhoria do mesmo, também se deve à parceria de Segóvia com o Luthier Hermann Hauser, melhorando assim as técnicas de construção, de sonoridade de timbres e a amplitude sonora do instrumento.

A importância de Segóvia também é marcada por importantes transcrições que o mestre realizou para o violão de obras de Bach, como a inesquecível e tão tocada Chaconne BWV 1004, original para violino solo, por transcrições de peças originais de outros instrumentos eruditos, reescrevendo também obras transcritas pelo Violonista Francisco Tárrega, como exemplo.

Violonistas e artistas consagrados, como o violonista australiano John Williams, o guitarrista britânico Stephen Hackett, da lendária banda de rock progressivo Genesis, e a violonista clássica iraniana Lily Afshar, entre outros, foram alguns dos alunos de Segóvia, participando das suas lendárias master-classes.

Se hoje, o violão como um dos instrumentos mais popularizados, ultrapassa fronteiras com tantos estilos diferenciados, técnicas e instrumentistas fantásticos, podendo o mesmo dialogar com o popular, o erudito ou outra linguagem, de alguma forma isso também se deve à este grande mestre, que deixou um legado importante para que outras escolas surgissem, fazendo assim com que a arte violonística se perpetuasse até os nossos dias!!! 

Costumo dizer que assim como para  Friedrich Nietzsche, “sem música, a vida seria um erro”,  da mesma forma, “sem Segóvia, o violão não seria o mesmo”!!! Andrés Segóvia morreu em 3 de junho de 1987,  em Madrid, Espanha. Ganhou, em 1958, o Grammy de melhor trabalho erudito instrumental, pela gravação Segovia Golden Jubilee.    

Escrito por Marcello Tibiriçá.







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